Raíssa Lacerda é presa dois dias antes de restrição de prisão a candidatos

Prisão de Raíssa Lacerda acontece dois dias antes da proibição de prisão pelo TSE. Foto: Arquivo Jornal da Paraíba.

A vereadora e candidata à reeleição Raíssa Lacerda (PSB), de João Pessoa, foi presa nesta quinta-feira (19), dois dias antes da proibição de prisão estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitor (TSE) durante o período eleitoral. Os candidatos(as) não podem ser presos, salvo no caso de flagrante delito, 15 dias antes do 1º turno. O cumprimento do prazo começa a valer a partir do sábado (21).

Raíssa Lacerda foi presa durante a segunda etapa de a operação Território Livre, da Polícia Federal (PF), que tinha o objetivo de combater o crime de aliciamento violento de eleitores.

Afiliada ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), Raissa é atualmente candidata à reeleição. Ela assumiu a titularidade da vaga deixada pelo vereador Professor Gabriel, que faleceu no fim de maio, devido a complicações decorrentes de um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico.

Antes disso, Raíssa era secretária-executiva de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de João Pessoa.

Na Câmara Municipal de João Pessoa, sua atuação começou em 2008, quando foi eleita vereadora. Durante seu primeiro mandato, foi eleita presidente do diretório municipal do Partido Social Democrático (PSD), seu partido na época.

A parlamentar vem de uma família com tradição política. Ela é filha de José Lacerda Neto, ex-prefeito, ex-vice-governador e ex-secretário de Articulação Política. No poder estadual, ele teve seu mandado cassado pelo TSE em 2008 por abuso de poder econômico e político, e conduta vedada a agente público nas eleições de 2006, quando atuava com o então governador Cássio Cunha Lima.

(Foto: Antônio Vieira / TV Cabo Branco)

Entenda a operação

Raíssa Lacerda foi presa na manhã desta quinta-feira (19) durante a segunda etapa de uma operação da Polícia Federal (PF), que busca combater o crime de aliciamento violento de eleitores.

Ela é suspeita de liderar um esquema que se utilizava de meios ilegais para tentar obrigar que pessoas de determinados bairros votassem nela.

Além da prisão de Raíssa, uma assessora da candidata também foi presa no bairro de Alto do Mateus. Outras duas pessoas também foram presas. Estão sendo cumpridos também uma série de mandados de busca e apreensão em ao menos dois bairros da cidade. O outro seria o bairro São José.

Policiais federais compareceram mais cedo ao centro comunitário Ateliê da Vida, localizado no São José. Documentos foram levados do local para auxiliar nas investigações e para servir como provas eventuais.